NO DESDENTISTA (AT THE DENIS)

MADAME – Tenho um dente desses que me doem pra diabo.
SENHOR – Decente-se, naquela cadeira Madame e abra sua bocarra bem abracadabra – sua cavidade bucólica não deixa de ser dentes.
MADAME – Meudois! Oito dentes me restam (oito dentes e o resto).
SENHOR – Então você perdeu oitenta e três.
MADAME – Impocível.
SENHOR – Mundotodo sabe que há quatro decisivos, dois canoros e dez moleculares, o que faz trinta pelo menos dois ao todo.
MADAME – Mas eu fiz tudo para salvar meu dente.
SENHOR – Talqual, talvez! Mas em vão.
MADAME – Ah! Por que é que eu não te xinguei mais cedo?
SENHOR – Tarde desdedemais, ou vai ou marta racha.
MADAME – Quer dizer que vai tirar ele pra mim?
SENHOR – Nâo, macadame, vou cagá-lo.
MADAME – Mas isso dói pra burro.
SENHOR – Deixe-me vê-lo – Splash! Lá se foi.
MADAME – Mas senhor eu gostaria de continuar (estava louca pra continuar) tendo aquele dente.
SENHOR – Estava todo preto e pronto, e os outros também.
MADAME – Obrigado – em breve não vou ter com que comer.
SENHOR – Uma dentadura Sorriso Amarelo é boa, e você vai aparecer trinta anos mais morsa.
MADAME – (à parte) Trinta anos mais; (em voz alta) Senhor não sou nenhuma católica, extraia todos os meus cacos.
SENHOR – OK. Dê-mos.